terça-feira, 6 de julho de 2010

URNA DA TRABALHO
Eles comandam a tragetória dos candidatos rumo às urnas.Dispensam, porém, os papéis de coadjuvantes. Afim, advogados, publicitários, jornalistas, consultores políticos, além da mão de obra mais operacional - panfleteiros, carregadores e o pessoal dos carros de som - , são imprescindíveis no desenvolvimento de uma campanha política.
A corrida eleitoral já começou e, ao que tudo indica, será acompanhada por inúmeras contradições nos próximos meses. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, deputados reduzem salários de funcionárioscomissionados para ampliar a equipe em seus Estados. A verba caiu de R$ 266.337 para R$ 165.595. O que significa que os R$ 100.782 restantes serão investidos no reforço de equipes. A menos de quatro meses do primeiro turno, marcado para 3 de outubro, a demanda não para de crescer.
O mercado já está aquecido desde o ano anterior, quando se começa, com antecendência, um processo de planejamento de campanha. O mais importante é que há demanda agora e para depois das campanhas para os mais variados profissionais - diz Carlos Augusto Manhanelli, presidente da Associação Brasileira dos Consultores Poléticos(Abcop).
Esse é o casodos marquetólogos também chamados de marqueteiros, que têm emprego garantido o ano inteiro, inclusive fora do Brasil.
A versatilidade do profissional brasileiro é muito valorizada no Exterior. A cada eleição, temos mudanças na legislação, o que faz com que os marquetólogos tanham de se adaptar às técnicas a casa nova campanha - aponta o consultor político Carlos manhanelli, que realiza companhas em toda a América Latina.
Formação acadêmica tende a ser valorizada
Em agosto, quando entrar o horário eleitoral de rádio e TV, a missão desses profissionais estará à prova: convencer os cidadãos de que seus clientes merecem um voto. A carreira multidisciplinar abre espaço para jornalistas, publicitários e relações públicas, desde que tenham o mínimo de conhecimento das ciências que interferem em uma campanha, como comunicação, sociologia, estatística, ciência política e jornalismo.
Há uma carência de profissionais habilitados para esse mercado, o que dá bracha para vários opotunistas. Sem a menos formação acadêmica ou experiência de mercado, eles acham que estão fazendo marketing político - diz Carlos Manhanelli.
Mas hoje só cai no canto do marqueteiro eleitoral quem quer.
A maioria(dos candidatos) já se deu conta da necessidade de um profissional capacitado e completo. Ele, ao contrário do marqueteiro, que só domina sua área de atuação, terá bagagem para direcionar a comunicação da campanha e fazer uma leitura qualificada das pequisas - Explica Manhanelli, que conta com 238 campanhas realizadas ao longo de 36 anos de profissão.
Muito além de reformar o guarda-roupa do candidato, fazer uma boa maquiagem, aparar barba e discursos, os maquetólogos são responsáveis pela parte estratégica da campanha.
Não dá para fazer política sem gostar, sem conhecer a realidade, a história e os costumes do público eleitor envolvido. Por mais bem planejadas, sem uma bagagem de conhecimento, as propostas de ação estarão condenadas ao fracasso, ao desperdício de recursos - destaca Alexandre Bandeira, presidente da Associação dos Consultores Políticos do DF, que é jornalista com Pós-graduação em marketing e estratégia.
NA TELINHA
Engana-se quem pensa que as eleições estão restritas ao candidato como único personagem. Por trás dos holofotes, há um batalhão que aproveita o momento para faturar. Esse é o caso da Magneto Elenco, que conta com uma equipe multidisciplinar formada por publicitários, fotógrafos e produtores.
A gente oferece o elenco publicitário. E os perfis demandados são os mais variados negros, grávidas, índios, brancos, agricultores, pessoas comuns, que vão dar a cara das propagandas e das campanhas políticas - diz Anelise Pinto, produtora e dona da agência.
O cachê de participação varia de R$ 150 a R$ 200.
Hoje, ganho em uma semana, o que eu ganhava em um mês - conta Angela Mendes, 35 anos, produtora e free-lancer formada em administração que há três anos largou o emprego fixo em uma instituição financeira para atuar no ramo.
O momento no entanto, só é bom para os profissionais comprometidos, adianta Angélica.
Isso é fundamental, ainda mais no meu caso, que não tenho vínculo empregatício. Além de comprometimento, é preciso competência. Produção não é só arrumar elenco e figurino. Cuido do trabalho como um todo, corro atrás de autorizações, documentos e capacitação de cena - explica.
NO ESCRITÓRIO
Assim como ocorre no marketing eleitoral, há uma carência de advogados especializados para enfrentar a demanda do mercado.
Nada impede que advogados de outras especializações atuem no campo eleitoral. No entanto, a vantagem dos profissionais especializados é que eles estão sempre mais atualizados sobre as jurisprudências - diz Valter Rodrigues, presidente da Associação dos Advogados Eleitorais.
Esse profissional pode ser contratado para atuar durante toda a campanha ou em parte dela, como é o caso daqueles que prestam consultoria jurídica somente no dia da eleição, em escala plantão.
É o advogado que cuida das questões referentes ao registro, à impugnação de candidaturas e às especificidades da lei eleitoral em relação, por exemplo, à campanha eleitoral - Explica Valter Rodrigues.
Passadas as eleições, o trabalho é centrado nas prestações de contas dos partidos políticos com a Justiça Eleitoral.
NO ESTÚDIO
Daqui a pouco, será dificíl sair às ruas e não escutar os carros de som em tom de eleições. Mais ainda será tirar aquele refrão da cabeça. Os famosos jingles, muito demandados nesta época de preparação de campanhas, devem emocionar e convercer o eleitor. E, para que cumpra essa missão, uma equipe multidisciplicar está a postos.
No estúdio Audiotech, produtora brasiliense de áudio publicitário, Fernanda Pinho, 31 anos, é quem entra em contato com os clientes.
Eles me passam o briefing com as informações que devem estar no jingle e eu faço a intermediação com o estúdio - diz a produtora formada em publicidade.
A partir daí, os músicos entram em cena.
NAS RUAS
A procura pro profissionais também acontece nos institutos de pesquisa. A maioria deles aumenta os quadros em pelo menos 50%.
O processo de pesquesa conta com várias etapas. Por isso, precisamos de equipe de campo, analistas de planejamento, e equipes de análise e tabulação dos dados - diz Marcela Montenegro, diretora executiva do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas(Ipespe).
Na área de pesquisa de campo, há espaço para profissionais de diversas formações.
Pensando em um amelhor abordagem dos entrevistados, procuramos contratar aqueles que têm Ensino Médio ou Superior completo ou incompleto. A ideia é trabalhar com uma equipe diversificada com psicólogos - destaca Marcela Montenegro, formada em comunicação.
As contratações seguem na Sensus, Pesquesa e Consultoria. Em época de eleição, a equipe salta de 150 para 300 estrevistadores.
Cerca de 60% têm Ensino Superior e 40% Ensino Médio. E certamente quem tem uma boa performance tem chance de ficar no instituto - aponta Ricardo Guedes, diretor do Sensus.

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